No próximo dia 23 de Novembro, no espaço do Núcleo Museológico do Sembrano, vai ter lugar a Conferência: A comemoração da Vida e da Morte: um conjunto excecional em Pax Iulia. Com a participação de Filomena Barata (Museu Nacional de Arqueologia - Direção Geral do Património Cultural) e Miguel Serra (Palimpsesto, Estudo e Preservação do Património Cultural, Lda.)
Resumo:
Através deste tão frágil objecto de vidro de Época Romana, aparecido em Beja, num contexto funerário, falaremos da Vida e da Morte. Porque ele espelha a crença de uma vida para além da terrena, sendo, por isso, os defuntos acompanhados pelos objectos que afectivamente estavam ligados ou que simbolicamente os representavam. As uvas e o vinho são recorrentes na iconografia romana, quer em contexto funerário, a exemplo dos sarcófagos com esse tema, mas também em contexto dos Vivos. Estamos ainda agora em época em que se prova o vinho novo, que, na Cristandade, se centrou em S. Martinho, mas que remonta à Antiguidade, pois, os cortejos do antigo deus Baco que lhe antecedeu consagrava também a Fertilidade, através do vinho. E lembraremos ainda que, a par do azeite e do pão, o vinho faz parte da dieta mediterrânica que ainda nos caracteriza e que tem origens muito remotas.