RESUMO DA CONFERÊNCIA
Após a Revolução Republicana emergem no Alentejo, perante a surpresa de todos os espectros políticos e sociais (desde republicanos a anarquistas), sindicatos de trabalhadores rurais que, com a prática de greves organizadas e reivindicações coletivas politizadas, apresentam uma novidade na realidade laboral dos campos do Alentejo, culminando na classe mais sindicalizada do país.
Na presente comunicação, e destacando os novos dados de um conjunto de docu- mentação inédita do Arquivo Distrital de Évora, pretendemos dissecar as condições que favoreceram a primeira eclosão sindical da história do trabalho rural em Portugal, nesse preciso momento da Revolução Republicana, analisar a orgânica sindicalista que se desenvolve até à Greve de Évora janeiro de 1912, e clarificar o papel da influência anarquista na posterior reorganização dos trabalhadores rurais em Federação.
NOTA BIOGRÁFICA
João Gabriel Caia (IHC-UÉ/IN2PAST) é Historiador, integrado no Instituto de História Contemporânea da Universidade de Évora e Laboratório Associado IN2PAST.
Atualmente é Bolseiro de Investigação para Doutoramento FCT, com acolhimento no MNA, para um projeto intitulado "Construção da Egiptologia e das Coleções Egípcias em Portugal (1850-1930): cultura e poder no colecionismo transnacional da "família real", no âmbito do Doutoramento em História e Filosofia da Ciência - especialização em Museologia, da Universidade de Évora.
Mestre em História Contemporânea pela NOVA FCSH (2023), tem realizado investi- gação nas áreas da: História da cultura científica e coleções arqueológicas em perspetivas transnacionais e pós-coloniais; Lutas de classes de trabalhadores rurais e ideias políticas na história contemporânea de Portugal.