A CHARNECA DE ODEMIRA
UMA PAISAGEM PARTICULAR.
PERSPECTIVA DIACRÓNICA.
ANTÓNIO MARTINS QUARESMA
O grande concelho de Odemira distribuía-se tradicionalmente, segundo as gentes locais, em duas sub-regiões: a “serra” e a “charneca”. Esta divisão resultava da consciência da existência de espaços diferentes, sob vários pontos de vista: relevo, pedologia, flora e até clima – e consequentemente do seu aproveitamento económico.
Por inícios do século XX, também na Charneca começaram a ocorrer arroteamentos, sobretudo destinados à cerealicultura, que a política agrária do Estado Novo, perseguindo a autarcia, acentuou. O último e significativo impulso transformador verificou-se com a criação do Perímetro de Rega do Mira, abastecido pela barragem de Santa Clara (1968).
O percurso pelas mudanças verificadas desde o século XVIII ao XX é o objecto da presente conferência.
António Martins Quaresma é doutor em história, com uma tese sobre o Rio Mira no Sistema Portuário do Litoral Alentejano (1851-1918). O litoral alentejano tem merecido boa parte do seu trabalho enquanto investigador, de que resultou a publicação de vários livros, artigos e comunicações em congressos.